quarta-feira, 22 de junho de 2011

"Oásis de Trás-os-Montes"

"Oásis de Trás-os-Montes é uma reportagem de Eduarda Freitas feita no Vale da Vilariça, onde os pêssegos, as nectarinas, os figos, as cerejas e as peras, começam a ganhar prestígio e fama, à medida que o próprio vale vai ganhando dimensão nacional como polo produtor de frutas".


Ainda se pode ouvir no link em baixo, a reportagem da Antena 1 sobre o Vale da Vilariça, onde participam os nossos conterrâneos Moisés Brás, Gil Freixo, Fernando Brás e Fernando Barros. Poder-se-á perceber por aqui a imensa riqueza com que fomos contemplados pela mãe Natureza e o sábio aproveitamento e desenvolvimento da cultura agrícola.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Carta Aberta


Vila Real, 18 de Junho de 2011
Aos conterrâneos
Tendo em conta a profusão e variedade de comentários que o post de 19 de Maio provocou, enquanto seu autor e administrador do blog, cumpre-me dirigir estas palavras a todos os conterrâneos que assiduamente visitam este espaço. Embora não me sinta obrigado a justificar o que quer que seja, talvez se torne oportuno reflectir sobre a finalidade e utilidade do blog. Além da participação dos comentadores, houve ainda vários conterrâneos que se dirigiram ao blog utilizando o endereço do correio electrónico manifestando também eles algum desconforto com o rumo dos acontecimentos.
Apesar de não ter nascido em Santa Comba, criei-me lá até aos dez anos, idade com que saí, para depois só lá voltar quando as oportunidades se proporcionam. Desde sempre fui criado numa infância feliz, numa terra que me deu gratas e boas recordações, as quais servem para fortalecer os laços que a ela me ligam.
Toda a vontade que tive, e tenho, de estar na minha terra, é proporcional à distância que dela me separa. Por estar sempre fora é que a ideia da criação do blog ganhou força, para assim compensar de alguma forma a tão indesejada ausência. Criei-o tendo como finalidade primeira partilhar tudo o que possuo sobre Santa Comba, independentemente do seu interesse e relevância, e sempre esperando que também outros conterrâneos colaborassem na sua construção.
Os pressupostos da vontade, liberdade e responsabilidade, que estão na base da sua criação, manter-se-ão inabaláveis, porque só assim se poderá construir um espaço plural, digno e coerente. Por isso mesmo, logo desde o primeiro dia ponderei a hipótese de filtrar e moderar os comentários, mas decidi não o fazer para que a participação dos visitantes fosse feita com total imparcialidade. A história continuará a escrever-se com actos e palavras e dessa forma restará aos seus autores a consciência de os ter efectuado. Contudo, para isso será imperativo que essa consciência se reflita na assinatura dos comentários.
Não me considero pessoa de crítica maliciosa, nem gosto de utilizar a ironia no meu discurso, mas tal não impedirá que me interrogue sobre as coisas e sobre elas formar os meus juízos de valor, onde obviamente irão transparecer aspectos do meu carácter. Não defendo qualquer facção política, nem represento quaisquer interesses cooperativos, que não sejam outros que possam resultar em proveito e desenvolvimento na nossa terra. Inevitável e fisicamente irei continuar longe da minha aldeia, mas tal não impedirá de me disponibilizar para colaborar naquilo que me for possível.
Sem querer reclamar qualquer protagonismo, nem protagonizar qualquer acto de coragem, irei prosseguir com a actualização do blog, partilhando informação e promovendo outros assuntos passíveis de causar interesse e reflexão sobre ao que aquilo a todos diga respeito e que isso possa agregar vontades em torno de projectos comuns.
Que o carinho e o interesse pela nossa terra prevaleça.
Abraço conterrâneo
Manuel José Vilares

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Falha da Vilariça



Ao que parece, a nossa terra assenta precisamente na falha de Manteigas-Vilariça-Bragança, uma das grandes estruturas tectónicas do NE de Portugal, com um comprimento aproximado de 220 Km. Apesar de ser uma falha relativamente estável, deve tornar-se preocupante, uma vez que é no segmento da Vilariça que a falha atinge o valor máximo de 9 km de desligamento.
O nosso país situa-se numa zona de risco sísmico moderado, mas como sabemos que as placas estão interligadas e em movimento constante, a tensão libertada rapidamente passa de um ponto para o outro do território, até do globo, não se sabendo muito bem onde poderá despoletar.
"Um sismo é um fenómeno natural, resultante de uma rotura mais ou menos violenta da crosta terrestre, à qual corresponde a libertação de uma grande quantidade de energia e de vibrações, em toda a zona circundante. Na maior parte dos casos, o abalo deve-se ao movimento ao longo das falhas geológicas existentes entre as diferentes placas tectónicas, que constituem a região superficial da Terra".
Assim, só nos resta conviver com a ideia de que há uma falha tectónica que se encontra debaixo dos nossos pés. E caso se verifique um fenómeno sismíco de grande amplitude, não haverá previsão que nos valha. O último sismo com origem na falha da Vilariça ocorreu em 19 de Março de 1858 que destruiu a vila de Moncorvo e causou muitos danos nas aldeias vizinhas.

Agora o que eu não percebo é que, tendo todo este conhecimento presente, se tenham construído barragens em cima da falha e o próprio traçado do IP 2 assentar também ele ao longo da sua extensão. Ele há coisas!


Nota: Citação e imagem da revista Visão nº950 - 19 a 25 de maio de 2011. Outra informação foi retirada avulso da net.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Santa Comba da Vilariça - 1706



Lugares que tocão à Abbadia dos Frades Bernardos do Convento de Bouro

Termo de Alfandega da Fè

Os que neste termo tocão, saõ os seguintes:

Vilar de baixo tem quarenta & seis visinhos, Igreja Parochial da apresentação do Dom Abbade de Bouro, mais duas Ermidas, & cinco fontes : he terra quente, & tem frutas de espinho.

Villarelhos, terra quente, tem setenta visinhos, Igreja Parochial da mesma apresentação, mais quatro Ermidas, & seis fontes.

Santa Justa, terra quente, tem vinte & cinco visinhos, Igreja Parochial da mesma apresentação, mais huma Ermida, & quatro fontes. Pelo meyo deste lugar passa huma ribeira de poucas aguas, que chamão Alvar, que nasce na serra de Montemel pela parte do lugar de Covellas, & passando junto da Villa de Alfandega, vem este lugar, & desagua na ribeiraVellarva, havendo caminhado quatro legoas.

Nuzellos tem dez visinhos, huma Ermida, & tres fontes.

Ridevides tem quatro visinhos, huma Ermida, & tres fontes.

Oucizia tem cincoenta visinhos, Igreja Parochial da mesma apresentação, mais duas Ermidas, & doze fontes: huma dellas muy celebrada, que chamão Agaicha, porque de hum tosco penhasco em sitio fresco, & agradavelnasce hua telha de excellente agua, que serve de regalo aos moradores, & de fertilidade aos campos visinhos.


P. Antonio Carvalho da Costa, Corografia Portuguesa, 1706