sábado, 28 de junho de 2008

Escola Primária de Santa Comba

Pois, foi neste interessante edifício que, muita gentinha de Santa Comba aprendeu as primeiras letras e também muita porradinha levou. No que a mim me toca, fiz a 1ª e 2ª classes na parte de cima com o professor Oliveira (Murraco) e a 3ª e a 4ª classes na parte de baixo com a Dª. Camila. Quanto à porradinha, calharam-me meia dúzia de réguadas do prof. Murraco por ter feito um "buraco" na cabeça a um colega da sala e outras tantas da Dª. Camila pelo famoso "assalto" ao pomar do seu pai na Ferradosa, num dos habituais piqueniques que na altura se faziam, aos sábados salvo o erro.
Mas foi uma alegria! Guardo recordações de toda aquela "rebanhada" espalhada por ali fora em tremendas algazarras. Ah, outra coisa que agora me lembro era de que, no Inverno, enquanto aguardavamos a espera do Murraco, teriamos que ir à "lenha" (uns gravetos que por ali se apanhavam!) para nos aquecermos. E uma coisa era certa: quem não o fizesse, não se chegava ao quente, pois o dono dos fósforos nisso, era inflexível. Bons tempos!
Para não falar nas macaquices que alguns faziam com o tubo de escape do Ford amarelo do professor. Enfim, tudo passa!

Mas interessantíssimo, é a história da nossa escola. Conforme se pode ver no frontespício foi um legado feito por aquele senhor que, até se pensa que não tivesse qualquer ligação à aldeia. Felizmente, já tive a oportunidade e o privilégio de ler o seu testamento e julgo que seria algo digno de maior relevo.


domingo, 15 de junho de 2008

Casa do Casulo




Também conhecida por Casa do Lopes, desta casa alguém me disse que se lembra de ter visto os seu sobrados cobertos de bichos da seda, os tais casulos que lhe teriam dado o nome. Talvez fosse algum local de recolha e tratamento desta actividade que, assumira importante relevo na industria manufactureira de Alfândega da Fé e de Moncorvo, principalmente nos séculos XVIII e XIX.


domingo, 8 de junho de 2008

Santa Comba - 1874


"Santa Comba - freguezia, Traz-os-Montes comarca de Mirandella, concelho de Villa Flôr, 145 kilometros ao NE de Braga, 375 ao N de Lisboa, 100 fogos.

Em 1757 tinha 68 fogos.

Orago S. Pedro, apostolo.

Arcebispado de Braga, districto administrativo de Bragança.

Era antigamente da comarca da Torre de Moncorvo, termo de Villa Flôr.

O abbade do convento de bernardos, de Santa Maria de Bouro, apresentava o vigario, a quem dava 11$600 reis e 22 alqueires de trigo.

Cada freguez lhe dava tambem 100 reis annualmente.

É terra fértil.

Grande cultura de bixo de seda, ha mais de 150 annos. Gado e caça.

Réga esta freguesia a ribeira de Villa-Riça, por isso se chama geralmente Santa Comba de Villa Rica".

in PINHO LEAL, Portugal Antigo e Moderno. Lisboa. 1874.

domingo, 1 de junho de 2008

(a)pára-raios





Por falar em trovodas ...

Nunca tinha visto tão de perto um pára-raios. Acreditem que até lhe toquei com algum receio, desconfiado de alguma carga ainda armazenada de algum raio que tivesse aparado.

Na minha meninice cheguei a pensar que o pára-raios nos protegia porque afastava o raio. Coisas de garoto. Mas não, o pára-raios também tem o nome de "captor", para que as descargas atmosféricas sejam enviadas directamente para a terra protegendo as suas imediações, evitando-se dessa maneira danos colaterais, pondo em risco as pessoas e o património.

Não sei quantos raios este aparou, mas já não deve aparar muitos mais, agora que, repousa sossegada e longamente deitado sobre o telhado da Casa do Povo. Talvez se tenha cansado de proteger o património.


Curiosidade relacionada: o pára-raios foi inventado por Benjamin Franklin em 1752. Inicialmente houve resistência das religiões porque raio era considerado fúria de Deus e o homem não podia interferir.